S. José
Caíque, 45 t., ano de 1904, da praça da Figueira da Foz. Construído na Espanha, teve como armador e mestre Domingos Mangona Filho, grande lobo do mar. Deu brado o rapto que fez em Caminha de uma beldade local, aliás chamada Maria Beleza. Levou-a para bordo e ela aí continuou, acompanhando-o no mar. Até os dois filhos que tiveram, embora nascidos em terra, foram embalados pelas ondas e sobre as ondas viveram como dois atletas a amarinhar por mastro e vergas. Nas entradas ou saídas dos portos, Maria beleza tomava conta do leme enquanto os outros manobravam com âncoras e velas. Mais tarde, mestre Domingos, em homenagem à sua loba do mar, modificou o caíque, transformando-o em iate tipo americano, e pôs-lhe o nome de Maria Beleza. Com a idade e o cansaço pelas muitas agruras da vida, tiveram de alienar o lindo navio, que passou a chamar-se João Miguel, e «ficaram a navegar em casa, contemplando o mar até à morte».
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