sábado, 21 de novembro de 2009

15º Navio,M/T Onda Chiara,20º Embarque,Viagens???

Neste grande navio, embarquei no dia 3 de Agosto de 1991, mais um petroleiro de cerca 50.000 toneladas.

M/T Onda Chiara

Após 5 longos meses em casa sem ganhar tostão, a pensar com os meus botões em ir à procura de nova companhia, eis que me telefonam da mesma companhia a fim de embarcar num outro petroleiro, preparo a mala e lá vou eu de avião para Houston, que é só a quarta maior cidade dos Estados Unidos, após um a noite e mais umas horas no hotel, lá me vieram buscar para ir para bordo.
Encontrei uma tripulação de maioria Italiana mas com alguns elementos da ex Jugoslávia e para espanto meu ao chegar ao convés vi muitos colchões espalhados por todo o lado, estavam a dormir assim no convés por terem o ar condicionado avariado, fazia um calor infernal...
Desta vez Português só eu.
Recordo também de ter embarcado o telegrafista que era Irlandês e no dia seguinte ter ido embora sem avisar ninguém, na verdade até certo ponto o compreendo, pois o navio à primeira impressão metia medo.
Também este navio não tinha viagens certas, por vezes em navegação o comandante recebia ordens de navegar para determinado porto e por vezes quase à chegada vinham ordens para irmos a outro porto.
Assim aconteceu um dia, tendo o navio saído de Ceuta e já bem dentro do Oceano Atlântico com rumo ao Norte da Europa, vem o comandante dizer-me pessoalmente de que tinha recebido ordens de rumar para Portugal, concretamente para o Porto de Sines, no momento pensei ser brincadeira mas pouco tempo depois verifiquei que estava enganado pois era verdade e ao porto de Sines chegamos...
M/T Onda Chiara em navegação no Oceano Atlântico
Portos que escalamos e ainda recordo dos quais aqui mostro alguns postais.



Houston porto de embarque
Kingstown 
na Jamaica
Ceuta
 no Norte de África
Sines em Portugal
Bilbau em Espanha
Saint Jerome em França
postal de Houston
postal do Porto de Rouen
postal de Antuérpia
postal de Roterdam

Com tudo isto, passaram-se quase 7 meses, tendo desembarcado em Ravena na Itália, fazia um frio de rachar pois era 22 de Janeiro de 1992 e como tinha embarcado no Verão, tive que ir a uma loja na cidade comprar roupa de Inverno.
Na noite de 23 apanhei um comboio às 4 horas da madrugada para Bolonha aonde teria avião para Lisboa via Roma e Barcelona, mas com os atrasos devido à neve perdi o avião em Roma para Barcelona, perguntei como resolver a questão e foi-me dito que teria um outro mais tarde mas tinha que dormir uma noite em Barcelona, não satisfeito, pois que ao cabo de tantos meses embarcado a vontade é de regressar o mais rápido a casa, telefonei à Companhia a qual me arranjou outro bilhete para o Porto via Lisboa...
mas!!!
...atenção que precisamos de si para embarcar dentro de poucos dias, portanto esteja preparado, não estive sequer um mês em casa.
Daqui a poucos dias continuarei com o próximo embarque.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

14ºNavio M/T Jasmine B, 19º Embarque


M/T Jasmine B
Tendo desembarcado em Fevereiro de 1988, aborrecido com tudo e com todos, pensei em não mais embarcar, fui então para o desemprego ao qual ainda tinha direito, mas só lá estive cerca de dois meses porque mais uma vez fui à procura de trabalho, desta vez nos Estaleiros Navais na minha Cidade aonde permaneci de Maio 1988 até início de Setembro de 1990.

Como estava por contrato e o ordenado era muito baixo, quando via telefone me propuseram um contrato igual aos Italianos, não pensei muito e lá parti para mais uma nova experiência desta feita num navio petroleiro.

Nova Orleães, foi o porto de embarque a 5 de Setembro de 1990.


Apanho o avião para a cidade de Nova Orleães no Estado de Luisiana nos USA, estou um dia no hotel e no dia seguinte alguém da agência me vem buscar para me levar para o navio.
postal de Nova Orleães

Chegado a bordo e sendo o último a embarcar, constatei que no meio da tripulação Italiana havia um Português que era o Radiotelegrafista e assim já éramos dois a falar a mesma língua.
Após dois dias de preparativos, pois que a tripulação era toda nova à excepção do 3ºMaquinista, Australiano a viver em Inglaterra, partimos por sinal para lá (por esse motivo ele continuou a bordo desembarcando à chegada) ,
poucas horas depois da saída paramos no mar alto pois que as temperaturas da máquina principal atingiam níveis elevados devido a falta de circulação da água de arrefecimento do motor, (tubos entupidos por falta de manutenção) quase passado um mês chegamos ao destino.
Este navio estava em muito más condições, felizmente não aconteceu nada de grave,como não tinha viagens fixas, não recordo todos os portos, mas recordo que andamos por

postal de Nova York
Monróvia na Libéria,
(Aqui embarcaram dois naturais para fazerem serviços de limpeza e pinturas).

Port Elizabeth na Africa do Sul,

Abidjan na Costa do Marfim,

Lagos na Nigéria,

Freetown na Serra Leoa
,
outros mais de que agora não me lembro.
Alguns destes portos não podíamos ir a terra pois que o navio fazia a carga ou descarga no meio do mar.

Passaram-se 6 meses e mais uns dias e desembarquei na Holanda, a meu pedido pois que já estava ausente da família há muito tempo e as saudades ... tendo apanhado o avião de Amsterdam directo a Lisboa, a 12 de Março de 1991.

postal de Amsterdam
postal de Nova Orleães

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

13ºNavio T.S.S.Fairwind,18ºEmbarque

Como nunca fui pessoa de se acomodar e embora estando a receber no desemprego uma bela cifra, lá fui eu à procura de nova companhia a fim de embarcar, o que se veio a verificar em Julho de 1987, o que quer dizer que apenas estive no desemprego cerca de sete meses.

T.S.S. Fairwind

A 25 de Julho embarco então no navio de passageiros T.S.S.Fairwind, pertencente à SITMAR CRUISES, representada em Lisboa pela Sociedade Comercial Cotandre (Agência de Navegação).
Navio construído em 1957 para a Cunard Line com o nome de Sylvania,sendo comprado em 1968 pela Sitmar que após obras de reconstrução lhe dá o nome de Fairwind.

Encontrei este navio mais tarde pelos anos 93/94 em Los Angeles rebaptizado de Albatros.
Nesta nova experiência que considero ter sido bem positiva quer pelo lado profissional quer social, tive a oportunidade de trabalhar com pessoas com outros costumes e mentalidades pois que a tripulação era composta por Portugueses e Italianos, estive embarcado mais de seis meses, metade do embarque foi feito fazendo quartos na casa das máquinas e a outra metade como operador de cinema, que consistia em projectar os filmes 3 vezes por dia, se bem me lembro havia uma sessão por volta das 14horas, outra às 17 e a última às 21horas; antes da sessão tinha que se preparar o filme ou seja colar as fitas que vinham em vários rolos de modo a fazer um só intervalo, (uma outra bela experiência).
Embora voltassem a chamar-me para de novo embarcar, não aceitei por saber que os electricistas Italianos ganhavam mais que os Portugueses.
Fui embarcar a Pot Everglades.
foto no Porto Everglades Fort Lauderdale na Flórida

O porto de desembarque foi, passado mais de 6 meses a 5 de Fevereiro de 1988 em
São João de Porto Rico


Este navio na época fazia cruzeiros de 15 dias, embarcando os passageiros em Port Everglades Fort Lauderdale que após mais ou menos quatro meses atravessou o
Canal do Panamá
e passou a embarcar os passageiros no
Porto de Acapulco no México.


Outros portos escalados eram:
Nassau


San Blás

Curaçao


St.Croix


St. Thomas,
St.john,

St.Marten,
Barbuda,
Antigua,
Martinica e

Barbados


Quando se partia de Port Everglades faziam escala em alguns destes portos e quando se partia de Acapulco faziam outros, não me recordo a sequência e provavelmente ainda faltará algum porto.
A diferença maior é que se passou a atravessar o Canal do Panamá duas vezes em cada 15 dias.
Guardo com saudade todos esses belos lugares, alguns deles tive ainda a oportunidade de lá voltar com outros navios.







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